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Foto do escritorIsabela Picolo

Drácula: A Última Viagem do Demeter

Um clichezão básico, mas divertido.


Tem sido mais comum ver diretores não tão conhecidos ganhando notoriedade com produções maiores. Vimos recentemente isso com Evil Dead Rise e agora com Drácula: A Última Viagem do Demeter. André Øvredal, diretor norueguês de filmes como Troll Hunter (2013) e A Autópsia (2016), teve a chance de trabalhar em cima da obra de um dos personagens mais populares do terror.


O filme adapta um dos capítulos do livro ‘Drácula’, escrito por Bram Stoker e publicado em 1987. Nele, uma embarcação está partindo da Bulgária para a Inglaterra e carrega uma carga misteriosa. Sem se aprofundar muito, mas abordando algumas questões raciais, o Dr. Clemens (Corey Hawkins) é um médico que consegue embarcar no Demeter para tentar trabalhar na Inglaterra, sendo um dos poucos e primeiros médicos negros a se formar em Cambridge.


É muito óbvio que em algum momento o Drácula vai aparecer. O que filme tenta não entregar exatamente quando e como esse encontro desagradável vai acontecer. Ninguém sabe da existência do vampiro, apenas uma personagem 'surpresa' que está na trama. A sua existência é basicamente para explicar algumas coisas e mostrar que não estamos falando de qualquer vampiro.


Não poupando na brutalidade, Drácula em sua forma animalesca e nada sedutora, ataca os tripulantes de forma sorrateira no início, fazendo todos criarem desconfianças entre eles ou em uma possível doença. Misturando assuntos de crenças religiosas e ciência, a tripulação discute o que é ou não real em conversas sobre lendas e superstições náuticas.

O aparecimento surpresa da personagem começa a traçar um caminho sem muita originalidade na história. Não necessariamente só por causa dela e sim por repetirem muitas fórmulas já utilizadas dentro do terror. Em contrapartida, a direção de André Øvredal é muito competente. O diretor já mostrou que sabe trabalhar muito bem com ambientes de pouca luz, também tomou a liberdade de pesar a mão na violência e não poupar as cenas gráficas - que talvez salve muito do filme.


Por mais que a direção seja bem sucedida, o roteiro não consegue inovar em muita coisa. Mas como fazer isso mesmo dentro de uma história com uma premissa básica? Não utilizar tropos e convenções de gêneros que todo mundo já viu diversas vezes, por exemplo. Ao mesmo tempo que estamos falando de uma história clássica de vampiro, fica dúbia a intenção do filme em retratar o Drácula de uma forma diferente e também apelar para o básico em tantas outras coisas. Se tratando da Universal, é impossível esquecer dos monstros clássicos, então tem sido um desafio nos últimos anos trazer o vampirão para as telas.


Com o descontentamento do público em Drácula: A História Nunca Contada (2014), dá até para entender as escolhas criativas de tentar reconquistar os fãs e abranger um público maior. Ao mesmo tempo uma outra parcela desses fãs sente que esse repeteco de ideias não destaca em nada para Drácula: A Última Viagem do Demeter.


 

THE LAST VOYAGE OF THE DEMETER (2023)

Drácula: A Última Viagem do Demeter IMDb | Rotten Tomatoes | Letterboxd | Filmow


Direção André Øvredal

Duração 118 min

Gênero(s) Horror, Sobrenatural

Elenco Corey Hawkins, Aisling Franciosi, Liam Cunningham +

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