E olha que tem bastante! Segundo algumas fontes, a produção usou cerca de 1700 galões de sangue (6500 litros), mas não ultrapassou o recorde do seu antecessor Evil Dead (2013), com humildes 70 mil galões (265,50 litros).
Eu fiquei me perguntando como levariam uma franquia que (quase) sempre teve sua premissa em uma cabana, para um prédio decaído de Los Angeles. Eu me surpreendi com a resolução. A decisão de mexer no que está quieto partindo de uma criança/ pré-adolescente curiosa, me pareceu bem convincente. O prédio antigamente era um banco e após um leve terremoto, Danny (Morgan Davies) descobre um local secreto, onde vai encontrar segredos escondidos do tinhoso.
A família de Danny mora nesse local e lá nós somos introduzidos a eles em um contexto bem turbulento, pois em um mês o local será demolido e eles não tem pra onde ir. A mãe de Danny, Ellie (Alyssa Sutherland) está lidando com uma separação e acaba recebendo uma visita inesperada de sua irmã mais nova, Beth (Lily Sullivan). A história gira em torno desse arco das irmãs e nessa família que terá que lidar com as forças do demônio, que foi conjurado dessa vez por causa de um disco da Xuxa de vinil.
Com uma introdução partindo mais das 'raízes' da franquia, a gente fica um pouco perdido nessa possível ligação dos personagens de início e dos que vão ser focados durante toda a trama.
O filme não enrola e tampouco nos poupa da violência gráfica logo de cara, mas em certo ponto perde um pouco o ritmo depois da primeira possessão. Senti uma estranheza e uma certa enrolação para acontecer o primeiro ataque. Em comparação com os outros, demora um pouco até o caos se instaurar por completo, mas quando acontece é bem satisfatório.
Particularmente uma ou outra cena envolvendo possessões não me agradou muito e os personagens possuídos não me impressionaram tanto, mas Ellie deu um show de mãe encapetada e eu adorei.
Falando da franquia como um todo, é muito curioso notar a diferença dessas possessões dos primeiros filmes para as de agora. Claro que existem vários fatores para essas mudanças terem acontecido, dos quais nem quero me aprofundar, mas é interessante pensar sobre isso.
Uma coisa bem interessante foi a escolha criativa do final para nos apresentar uma possessão com muito body horror, que me surpreendeu. A motosserra está presente mais uma vez, mas apenas para referenciar, já que não causa muito impacto e a necessidade dela não é tão grande aqui. Existe um outro elemento - bem mais exagerado eu diria - que aparece depois. Eu adoro os exageros de Evil Dead, diga-se de passagem.
Já o ponto mais negativo do filme é que nenhum jumpscare funciona. Ok, apenas um funcionou pra mim no início, na cena do descobrimento do livro. Eu acredito de verdade que ele queria assustar, mas perde no timing e não consegue.
Como esse filme tem mais acertos que erros, outro acerto foi a informação de ter mais de um livro dos mortos, o que justifica e dá liberdade para os designs diferentes de cada um deles, que aparecem depois da trilogia original.
Não é nenhuma novidade em sequências legados, mas Evil Dead Rise honra a franquia, pois o diretor Lee Cronin é um grande fã e sabe o peso que tem nas costas. Ao mesmo tempo que ele tira o cenário da cabana isolada, ele ainda sim consegue isolar os personagens naquele prédio caótico, com um elevador que eu jamais entraria.
Dar um novo ar para uma premissa que não tem muito para onde ir em termos de roteiro, é muito bom e fico feliz em ver isso aqui.
EVIL DEAD RISE (2023)
A Morte do Demônio: A Ascenção
IMDb | Rotten Tomatoes | Letterboxd | Filmow
Direção Lee Cronin
Duração 96 min
Gênero(s) Terror, Sobrenatural
Elenco Lily Sullivan, Alyssa Sutherland, Morgan Davies, Nell Fisher, Gabrielle Echols, Mia Challis, Jayden Daniels, Tai Wano +
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