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Foto do escritorAllan Azevedo

Jumbo

Jumbo é um filme francês escrito e dirigido por Zoé Wittock e fala sobre a paixão de uma mulher por uma máquina, mais especificamente por um brinquedo de um parque de diversões onde ela trabalha. A premissa apesar de estranha não é nova, já vimos antes o Ryan Gosling se apaixonando por um manequim em A Garota Ideal (2007) e Joaquin Phoenix sofrendo por amar uma inteligência artificial em Ela (2013), a diferença é que desta vez temos uma protagonista mulher na trama.


A atriz Noémie Merlant interpreta Jeanne, uma mulher que mora com sua mãe e é apaixonada por brinquedos. Solitária, ela vive entre a montagem de miniaturas de máquinas e o seu trabalho em um parque de diversões até a chegada de uma nova atração no parque que muda sua vida. O brinquedo novo que ela passa a chamar carinhosamente de Jumbo.



O roteiro e a direção de Zoé Wittock nos mostra metaforicamente a transformação da nova atração do parque no objeto de desejo de Jeanne. Passado o choque inicial que os espectadores têm com a "mecanofilia" apresentada pela diretora, conseguimos embarcar na fantasia e fazer uma conexão entre a história e a vida de muitas pessoas que podem se apaixonar por relacionamentos "não convencionais".


Apesar da tristeza de acompanharmos uma mulher que direciona todo o seu amor e carinho para objetos e a forma de como isso é importante para ela, o significado que ela dá para as coisas inanimadas chega a encantar. Em certos momentos podemos traçar um paralelo com relacionamentos homoafetivos que são vistos como estranhos por uma grande parte da sociedade.


A cena em que Jeanne fala com sua mãe que não tem culpa por se apaixonar por uma máquina, que aquilo aconteceu e que a máquina a fazia feliz, assistimos claramente uma filha tentando explicar para sua mãe que o amor não tem barreiras. Uma linda metáfora sobre como é difícil para as pessoas assumirem relacionamentos diferentes para suas famílias. Aqui a brilhante atuação de Noémie Merlant no papel de Jeanne merece destaque.



O filme tem claros altos e baixos, em certos momentos, se conectados, sentimos um pouco de vergonha em certas cenas, principalmente por causa do ineditismo e particularidade do relacionamento. Nada que não consigamos superar. A partir disso seguimos ansiosos em descobrir como esse romance vai terminar.


A cena de sexo entre Jeanne com o brinquedo não é agressiva e chega a ser poética por conta de uma excelente direção de fotografia. Mas a grosso modo o filme é sobre o relacionamento familiar entre Jeannie e sua mãe e seu processo de autoconhecimento e que se for assistido de coração aberto vai provocar boas reflexões sobre nossos preconceitos.



O filme estará disponível gratuitamente na programação do XVII Fantaspoa através da plataforma de streaming Wurlak/Darkflix, entre os dias 09 e 18 de Abril.

 

Jumbo (2020)


Direção Zoé Wittock

Duração 1h33min

Gênero(s) Drama, Fantasia, Romance

Elenco Noémie Merlant, Emmanuelle Bercot, Bastien Bouillon +


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