Filmes que estreiam no início do ano tendem a ser esquecidos, mas não será o caso desse. O ano mal começou e já temos um terror para ficar na memória por um bom tempo.
Lobisomem é o novo filme do diretor Leigh Whannell (O Homem Invisível), que junto com Corbett Tuck também é roteirista. Nele, seguimos uma família que é alvo de uma criatura misteriosa que ronda a casa em que eles estão. O que ninguém ali esperava era uma ameaça de dentro da casa, quando o pai da família, Blake (Christopher Abbott), é infectado pela criatura e começa a se transformar nela.
Na primeira parte, a relação de Blake com seu pai é bem desenvolvida e fica claro a falta de conexão entre ele e a obsessão do pai em caçar a criatura que ronda a região. Quando Blake cresce, ele tenta de todas as formas ser o oposto do que o pai dele foi.
A construção detalhada dos personagens faz toda a diferença aqui, porque o ponto principal é a família e as relações entre eles. Num tom dramático, Leigh reinventa o mito do Lobisomem como se a maldição só tivesse nas entrelinhas, mas focando mais em uma doença, mais ou menos como foi em O Lobisomem Americano em Londres. Nesse caso sem a lua cheia e a transformação em 100% lobo. O visual vazado na internet não agradou muito, porém dentro desse contexto faz todo sentido. A história do lobisomem como conhecemos é cheia de fantasia e regras, aqui é mais simplificado e ‘real’.
O filme sim tem seus clichês, principalmente quando vai para o drama e a relação entre pai e filha, mas também na trama principal - que envolve o pai falecido de Blake e ele voltando na casa que cresceu para empacotar as coisas de seu pai. Tudo seria uma viagem em família para uma conexão mais forte entre marido e esposa, mas a criatura que ronda o local não deixa isso acontecer.
Quando Blake começa a sofrer as mudanças corporais, a família sem saber que está ameaçada, fica até o último segundo com ele tentando entender o que está acontecendo. É muito irônico pensar que o pai era a pessoa que a filha mais confiava e estava perto para proteger, mas acaba se tornando um monstro que não será mais capaz disso. Mãe e filha, que já não se conectam, tem que enfrentar juntas o perigo e sobreviver àquela noite.
Leigh Whannell é um excelente diretor e se destaca muito na criação de cenas tensas, imprevisíveis e sabe usar o escuro a seu favor. Não pense que o filme só tem cenas boas a noite, pois a cena inicial é de dia e é de tirar o fôlego.
LOBISOMEM (2025)
Wolf Man
IMDb | Rotten Tomatoes | Letterboxd | Filmow
Direção Leigh Whannell
Duração 103 min
Gênero(s) Terror, Fantasia
Elenco Christopher Abbott, Julia Garner, Matilda Firth, Sam Jaeger, Ben Prendergast, Benedict Hardie, Zac Chandler, Beatriz Romilly, Milo Cawthorne +
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